23 de jun. de 2016

Ode à natureza II


Sob céus de nuvens dançantes
e sob os ventos esvoaçantes,
Sinto a natureza a comunicar-se e a
...
Dizer-me códigos que minha consciência decifra.


São valores da vida e transmutação da mesma.
Observo seus fôlegos que são como pulmões a respirarem...

Cada trago deste ar, uma catarse a viver.

Há na observação da natureza
a mais pura beleza de um grande sistema
Que traduz-se universalmente!


Amo portanto: as folhas a sussurrem mantras,
Os pássaros a cantarem ao dia,
A chuva a purificar a terra,
O sol a iluminar-me e cegar a guerra!


Danilo Reis

6 de mai. de 2016

Duas estrofes

Sorvi mais um trago de poesia e
Bradei aos quatro ventos,
Transmutei desalento em alegria,
...
Inspiração e alento!



Nutri-me de enlevações advindas de uma
Dimensão desconhecida,
Eram formas-pensamento e traduzi-as nas
Páginas de minha vida!



Danilo Reis

23 de dez. de 2015

Invocação

Venha tornar-se 
minha poesia nua!
Aguardo o embate
De nossas carnes cruas!

Perco-me quando
toco teus quadris,
ainda vestida.

Peço para que
retire tua roupa
e vista-se
de poesia!

Venha tornar-se
minha poesia nua!

Danilo Reis

Haicai XI

Tua boca 
Traga-me a alma
Com volúpia e calma

Danilo Reis

Overdose poética


E se o poema tragar-me,
Deixem que ele tenha uma overdose
De mim.
Se o verso embriagar-me...
Deixem que ele consuma a mim.

Se por acaso eu perder-me por entre as estrofes...
Estarei à deriva em meio ao corpo poético.
Se a poesia possuir-me, estarei pleno, em um arrebatamento!
Como sempre desejei!

Danilo Reis

Metamorfose

A poesia estava queimando suas

Últimas fagulhas com o fim daquela
Tarde, que despedia-se surrealmente.
A natureza fez com que sua partida fosse um presente deixado em minhas visões.





Surgiu poesia sutilmente, sem alarido 
Algum e 
Ela espontaneamente fez-se como uma explosão da flor que brotava!





Despi-me de minha couraça para mergulhar minha alma em poesia.
Senti-me renovando minha essência,
Que em metamorfose contínua, caminha.


24 de mar. de 2015

Poeta ensanguentado


Os versos estão à deriva
em minha corrente sanguínea,
Entre as minhas veias está
liquefeito o poema.

De súbito, um espasmo que
estremece-me!
Logo, uma hemorragia!
Brota de mim poesia em demasia!

Moribundo, desfaleço.
Finalmente cessa o sangramento.
Eu morro com um sorriso nos lábios,
Sabendo que está terminado o poema!

10 de fev. de 2015

Comedor


Para que eu viva, preciso comer poesia!
Se não a como, definho.
Para me hidratar, a bebo!
Não, não me deem mais nada!
Estou em rígida dieta.

Há encerrado em um caderno velho,
Um banquete para meu "eu" faminto.
São dizeres peculiares e os
Devoro verso a verso, página à página.

Me satisfaço temporariamente.
Logo a fome me assola outra vez e
Estridentemente clama dentro do meu ser, por poesia.
Há ânsia para mais uma refeição.

9 de fev. de 2015